“TERCENAS”
É O NOME DE UMA PONTE EXISTENTE NA PRAIA DA VIEIRA NO CONCELHO DA MARINHA GRANDE
Descobrimos há dias que existe uma ponte chamada “Tercenas”, precisamente no concelho da Marinha Grande, junto à praia da Vieira de Leiria, mandada construir pela ex-Direcção Geral dos Serviços de Hidráulica nos anos setenta do século passado.
Logo nos despertou a curiosidade de saber imediatamente porque razão aquele nome, uma vez que a localidade do concelho de Oeiras, agora denominada Tercena, se chamou nos anos sessenta do século XIX, “Tercenas”, pois nela nasceram pessoas e entre elas um parente nosso de nome Manuel Antunes.
A localidade passaria a chamar-se mais tarde, “Torcena” e em 1930, a mesma terra mudaria uma vez mais de nomenclatura passando a ser conhecida por “Tercena”, ou seja, simplesmente retirado o “o” e colocado o “e”, e isto por o dicionário indicar o significado da palavra Tercena e ele se assemelhar à actividade industrial que nela funcionava.
Falamos com diversas entidades do concelho da Marinha Grande, mas ninguém nos forneceu em concreto a origem dessa nomenclatura dada à ponte que atravessa o Rio Lis, curiosamente, agora até se encontrar interdita, por se apresentar em más condições
Da Câmara Municipal de Marinha Grande, foi-nos dito que a nome tinha esse nome por “existir ali um pequenino lugar com esse nome”, mas nos seus conhecimentos, nada se relacionar com a possível origem, “fábricas de material de guerra, explosivos ou outros”, nem tão pouco se tratar de uma “zona agrícola onde pudessem existir silos cerealíferos”.
Por sua vez, contactado o “Diário de Leiria” que dá ênfase ao mau estado da referida ponte, o jornalista com quem falamos admite a hipótese de ter havido “um grande movimento agrícola, nessa época”, mas sem ter a certeza do que admitia.
Por sua vez o presidente da Junta de Freguesia de Vieira, entidade que pertence ao lugar onde se encontra a ponte, garantiu-nos que a sua nomenclatura terá a haver com “a embarcação de madeiras” que ali se fazia em tempos mais recuados.
“As madeiras eram carregadas naquele local nos barcos no rio Lis que desagua na praia da Vieira, entre outros sítios onde se faziam esses carregamentos e aquele se chamar, precisamente “Tercenas”.
Insistimos na ideia de poder ter havido em tempos algum depósito de pólvoras, arsenais de guerra ou equivalente, mas o senhor presidente garantiu-nos não ter conhecimento.
“A ponte não é muito antiga, agora o nome é que é anterior, pois será fácil de saber, só que é necessário pesquisar em arquivos antigos, ou em documentos já com alguns anos”.
E a ponte das Tercenas em Vieira de Leiria continua interdita ao trânsito, tendo sido “substituída por terra batida”, e nós agarrados à nossa natural curiosidade, continuamos a acreditar que terá sido na realidade por via desse embarque de madeiras que a nomenclatura do local terá surgido, cujo nome é precisamente igual àquele que sabemos ter existido nesta localidade, pelo menos em 1865, ano em que nasceu Manuel Antunes um digno agricultor filho desta terra, que muito nos orgulha.
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