sexta-feira, 16 de novembro de 2012

A morte de Augusto Lenine Abreu

O MARINHEIRO, O AMIGO, O PINTOR E O EX-AUTARCA DEIXOU-NOS PARA SEMPRE
    
     Quem diria que o marinheiro, o amigo, o pintor e o ex-autarca completaria oitenta anos a 18 de Janeiro do próximo ano ?...
   Com a vitalidade que exibia Augusto Lenine Abreu, ninguém podia acreditar que a sua morte acontecesse assim tão rapidamente, mas a grande verdade é que ela surgiu inesperadamente deixando a população de Barcarena numa grande consternação, pois era um homem demasiado conhecido, atencioso, muito preocupado com o problema dos outros, e sempre com uma história para contar, onde a marinha era obrigatoriamente o principal protagonista.
    Falava-nos por vezes do seus importantes trabalhos, quase sempre desvalorizando as suas habilidades, mas a verdade é que as suas obras tinham muita qualidade, daí receber sempre muitos pedidos, o que ele francamente não podia corresponder.
  A arte de pintar sobre azulejo, só ele sabia dar o tal toque final que fazia agradar o amigo. Os preços … ora os preços era o quanto bastasse para pagar os materiais porque de resto jamais seria com esta sua arte que Lenine iria enriquecer, pois ele pintava por gosto, por distracção e também para satisfazer a vontade dos seus amigos.
 Assim surgiram dezenas de trabalhos que ele naturalmente, passados todos estes anos, até desconhecia onde se encontravam, mas a realidade era só uma, tinha feito o gosto ao dedo e sobretudo encantado o seu cliente, que orgulhosamente exibia os seus trabalhos nos sítios mais convenientes.
  Assim aconteceu com Fernando Silva, que lhe solicitou alguns quadros em azulejos e os exibe com a maior estima e consideração em sítios frequentados, como é a entrada do seu museu Etnográfico, com a placa identificativa do mesmo, e o salão do restaurante Retiro Típico da Quinta do Filinto.
 Os seus trabalhos são sempre admirados com minúcia fazendo mesmo inveja a sua arte, o seu saber, o seu requintado bom gosto e tantos nos têm solicitado o seu endereço, mas por vezes não é possível assim repentinamente, no entanto agora, infelizmente, as suas habilidades apenas vão ficar na memória dos seus amigos, recordá-las e apelar para que os mais novos sintam com fervor a sua arte, insistam naquele tipo de actividade, pois será uma forma de constantemente, enquanto por cá andarmos, recordarmos com muita saudade esse grande homem chamado Augusto Lenine Abreu que tão inesperadamente nos deu o desgosto de ver desaparecer para sempre.
     A notícia de sua morte chegou brutalmente à nossa redacção o que nos deixou deveras tristes, por tão inesperado se ter registado.
  Lenine Abreu ainda há menos de uma semana tinha falado connosco a marcar o serviço para a próxima edição do jornal “ A Voz de Torcena” onde ele era colaborador há alguns anos, rubricando a coluna “História do Dia”.
    Lenine Abreu, tinha estado numa festa, mas ao sentir-se mal, teve de ser conduzido ao hospital de Cascais, onde dois dias depois infelizmente acabaria por falecer.
  Lenine era das pessoas mais consideradas na freguesia de Barcarena, não só por
ter sido um excelente associativista e autarca, como
também pelo seu porte, a sua maneira de ser nunca tendo uma palavra amarga fosse para quem fosse.
    Lenine Abreu foi presidente da Mesa da Assembleia de Freguesia de Barcarena, membro da Assembleia Municipal assim como pertenceu a vários executivos na autarquia de Barcarena.
  Pertenceu várias vezes aos corpos gerentes dos Bombeiros de Barcarena e presentemente exercia o cargo de relator da Assembleia-Geral da Associação Cultural de Tercena, colectividade que ele estimava e inclusivamente tinha acompanhado o seu rancho folclórico numa digressão ao Brasil e estar sempre à sua inteira disposição.
    Reformado da Marinha onde prestou serviço vários anos e presentemente fazia parte dos corpos gerentes de um grupo ligado a reformados marinheiros, de quem, falava das suas iniciativas com muito orgulho e entusiasmo.
     O seu corpo foi velado na Igreja de S. João no Estoril e seguiu depois para o crematório de Rio de Mouro onde acabaria por ser cremado, respeitando-se a sua vontade.
   A Junta de freguesia de Barcarena, por intermédio do seu presidente Vítor Alves, ainda tentou que o seu corpo fosse velado numa das capelas da Freguesia, assim como sepultado no cemitério local, mas a vontade de Lenine teria de ser satisfeita e como tal assim aconteceu no crematório de Rio de Mouro três dias depois de ter falecido.
  Vítor Alves, um dos grandes e muitos amigo de Lenine Abreu, ainda adiantou sobre esta decisão de sua esposa, “se ele pudesse escolher tenho a certeza que gostaria de ser aqui velado e nesse sentido ofereci os meus préstimos”, no entanto coube à sua companheira de muitos anos, tomar muito justamente, a derradeira decisão.
  Casado, com D. Lurdes Abreu, pai de dois filhos, viveu muitos anos em Tercena mas ultimamente morava no Estoril, só que era rara a semana que não visitasse Tercena e inclusivamente as instalações do jornal onde colaborava.
  Tanta vez o seu nome, “Lenine”, foi alvo de momentos de paródia, pois conhecido que era o grande ditador russo que também se chamava Vladimir Lenine, os amigos parodiavam “Aí está o grande czar da Rússia”.
  Ele ria, nunca levava a mal e apenas comentava. “Czar nunca, mas sim Lenine Abreu, pois sou socialista com muita convicção, mas não ditador”.
   Uma gargalhada entre todos e nada mais merecia comentário, porque o que ele fomentava com muita convicção era a amizade, a concórdia e o respeito pelo seu próximo, fosse de que cor fosse, etnia, religião, ou estrato social.
     O seu funeral realizou-se no passado dia de S. Martinho e foi cremado no crematório de Rio de Mouro.
  O seu corpo, foi acompanhado por muita gente, apesar de estarmos num dia de semana, e com a presença de um pelotão de marinheiros que fez as honras militares com salvas.
    Presentes também quase todos os membros da Junta de Freguesia de Barcarena, assim como militantes do partido Socialista, já que ele era um fiel adepto, e ainda outras instituições, pois todos lamentavam a sua tão repentina morte, quando muito ainda se esperava dele.
 O corpo antes de ir para o forno crematório esteve na sala de despedida, e sem ser aberta a urna, os presentes, especialmente os seus mais directos familiares, despediram-se comovidamente, enquanto um oficial da marinha entregava à viúva D. Lurdes Abreu duas medalhas atribuídas pela armada, precisamente a “Medalha por serviços distintos com palma” e ainda a relativa à sua comissão na Guiné.
   Perdeu-se um grande valor e foi pena porque Augusto Lenine Abreu ainda poderia estar muito mais tempo entre nós, mas a vida é assim mesmo, não temos poder sobre ela, resta-nos recordá-lo com saudade porque ele bem o merecia.     
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segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Devido aos abusos do povo português

OS USOS E COSTUMES ANCESTRAIS TERÃO DE VOLTAR
   Cada vez e mais do que nunca, os portugueses terão de pensar seriamente nas suas velhas tradições, assim como nos seus ancestrais usos e costumes.
   O actual governo tem estado a deixar o país sem conserto, exigindo do povo aquilo que ele não pode dar, contudo o civismo e o bom sentido patriótico obriga-o a aceitar todas estas imposições substanciadas em cortes nos ordenados, nas pensões de reforma, impostos mais elevados, despedimentos em massa e uma série de encargos e restrições que têm deixado o povo desorganizado.
    Sucedem-se manifestações, críticas duras nos média, opinião adversa até por parte de elementos do partido que está no governo, por pessoas credenciadas e bem conhecidas do grande público mas nada faz demover os senhores que nos governam.
  As tradições terão forçosamente que surgir e aqueles que a elas não estavam habituados, ou nem sequer as conheciam, terão de aprender com os mais velhos e sobretudo com aqueles que nunca as abandonaram porque esses velhos hábitos e métodos são mais que necessários nos dias de hoje.
  Estamos a ver como estrangeiros, nomeadamente alemães e holandeses, procuram o nosso país e estabelecem-se nos nossos terrenos no Alentejo e Algarve para iniciarem uma vida onde possam ser dependentes da terra e do que ela produz, porque já constataram que suas vidas se encontram cada vez mais difíceis de suportar e eles e suas famílias, forçosamente, terão de sobreviver.
    Reconheça-se que se trata de gente onde nas suas terras nada de anormal se passa, como supomos se encontrar a Alemanha e a Holanda, onde a Troika ainda não entrou, mas esta gente antecipa-se porque bem sabe que se um dia a Comunidade Europeia se obrigar a “fechar as portas”, será a primeira a sofrer no duro e mais que ninguém, devido às imposições de sua líder Angel Merkel, que para manter aquela instituição tem sub-carregado os seus cofres, assim como dos bancos que a apoiam.
     Exemplos vindos dessa gente que agora habita o nosso país, trabalhos agrícolas que os portugueses abandonaram por luxúria, por pedantismo e por erradamente pensarem que a vida sempre lhes iria correr da melhor forma.
   Os lavradores alentejanos abandonaram as suas terras por estarem velhos, mas entretanto seus filhos jamais quiseram seguir a vida de seus pais e como tal formaram-se como engenheiros, doutores, arquitectos e sei lá mais o quê, instalando-se na capital com vida confortável e abandonando as suas terras de origem e hoje, estão a ver que naturalmente erraram, porque os pais faleceram, outros estão demasiado velhos, os dinheiros estão a esgotarem-se, o trabalho nas suas áreas está a escassear por falta de clientes, e depois as propriedades herdadas não são vendidas por não haver poder de compra e as terras, essas, encontram-se a monte cheias de mato e vazias de gado, que eram, em outros tempos, o grande sustentáculo de suas vidas, como das suas comunidades e até do próprio país.
   Hoje tudo vem de fora, até os mais singelos produtos são “made  in Spain” e outros países e nós  damo-nos ao   luxo de adquirir um cartão de plástico para adquirir tudo e mais alguma coisa, necessário ou dispensável, pedir ao banco um crédito e agora,  com tanto despedimento e cortes nos ordenados, não há dinheiro para  fazer as respectivas liquidações deixando toda a gente sem condições de  sobrevivência e as instituições à beira da falência.
   Esta é a grande realidade, porque não se pensou seriamente na vida. Porque não se salvaguardou o dia de amanhã. Porque quisemos imitar os povos abastados e super modernizados como são os nórdicos e americanos, e largamos o singelo, para entrarmos no modernismo, ao ponto de hoje até serem raras as famílias que tomam o seu pequeno almoço em casa, pois tudo recorre aos cafés e bares de suas redondezas.
  Esqueceram-se das hortas que seus avós faziam nos quintais e logradouros de suas casas, actividades que hoje são raras devido à demografia das localidades e aproveitamento de terreno, que eram metade do sustento da família.
    Puseram de parte a criação de porcos, galinhas, patos, coelhos que eram alimentados com as sobras e restos da casa.
    Abandonaram a videira e as árvores de fruta do pequeno quintal onde quase tudo havia e agora, obviamente, nada sabem fazer, nem sequer há espaços para cultivar porque foram preenchidos com betão e hoje até nem para se descansar em dias de estio quase não se encontra um cantinho tranquilo, pois tudo está preenchido com habitação hipotecada, tipo jaula, onde se acomodam numerosas famílias.
  Todas estas opções, vícios, ou modernismos, destruíram os nossos costumes e as nossas tão ricas e profícuas tradições e hoje, possivelmente, com o duro estado de vida a que os portugueses se obrigam e se antevê pela frente, terão de fazer o mesmo que os antepassados fizeram, depois de terem ficado sem as suas casas e seus haveres após o grande e devastador terramoto de 1755.
      Tiveram de estender a mão à caridade, pedindo “pão por Deus” aos que na época melhor vida possuíam porque nem esse tão singelo alimento, qualquer dia vão ter para se alimentarem e poderem adiar, embora por pouco tempo, a partida para o outro mundo, tal não está a pôr-se a vida neste belo e velho país plantado à beira mar.
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Coisas que restam da Fábrica da Pólvora de Barcarena

O SALITRE PARA O FABRICO DE PÓLVORA
VINHA DOS ANDES, DO CHILE E OS
 SEGREDOS DE FABRICO, DE ASSIS MAFRA
     O fabrico de pólvora que desde o século XV, sempre se conheceu no vale da Ribeira de Barcarena, na sua margem esquerda, sempre utilizou o salitre para o fabrico do explosivo.
    O salitre é um dos três ingredientes utilizados no fabrico de pólvora, já que o enxofre e o carvão são os outros componentes fundamentais do seu fabrico.
 Sem ele a pólvora não pode existir, pois tratava-se de um material raro no nosso país, existindo poucas jazidas em Portugal, sendo necessário, nesse remoto tempo, na época em que reinava D. Afonso V, importá-lo da Índia, da Holanda ou ainda da Inglaterra.
    Por cá apenas conhecíamos em Moura como produtor deste ingrediente vindo de jazidas, mas nesse tempo as nossas naus que partiam para o ultramar, no regresso vinham carregadas dele, para ser utilizado pelas fábricas de pólvora, pois esse nitrato de sódio era o elemento fundamental do fabrico do explosivo.
   Os engenhos de fabrico de pólvora existentes à beira da ribeira de Barcarena, utilizavam-no de forma pouco recomendada, daí que as explosões fossem quase contínuas, provocando a morte a muitos trabalhadores, na maioria gente de baixa condição social e ainda muita das vezes, homens condenados à morte que para ali eram arrastados por ordem dos monarcas.
   Daí, a pensar nesta mortandade, para que a mesma fosse diminuída, D. João V no seu reinado mandou vir da Suiça António Cremer, um técnico especializado na construção de fábricas de pólvora e tudo melhorou consideravelmente em Barcarena.
   Com a nova tecnologia implantada, máquinas mais seguras movidas hidricamente a explosão passou a ser esquecida, porque as dosagens de nitrato eram as necessárias, bem mais equivalentes.
   Também é verdade que as novas técnicas de extracção e preparação do salitre melhoravam consideravelmente a sua qualidade, passando a ser importado de outros países que despontavam no comércio deste produto e Portugal passou a ser comprado em países da América do Sul como, Brasil e Chile, muito especialmente proveniente das grandes jazidas naturais existentes nos Andes.
      Para o fabrico de pólvora o salitre em Barcarena tinha de passar por um tratamento especial a que se dava o nome de Refinar, depois cristalizar, seguindo a sua lavagem e extracção de lixos, seguia para o enxugo e só depois era utilizado para o fabrico da pólvora.
   Este trabalho só começou a ser feito na casa do Salitre da Fábrica de Barcarena por volta do século XIX, mas antes, vinha totalmente das fábricas de Alcântara, que depois de tratado, era transportado para Barcarena.
  Em Barcarena a oficina de tratamento de salitre começou a funcionar num amplo edifício à beira da estrada e no seu espaço foram construídos quatro fornos, alimentados pelo exterior, tabuleiros extensos para a secagem e celhas de lavagem que portavam cerca de 500 litros de água.
   Esta secção estava distante do fabrico de pólvora, separada pelo ribeiro de Barcarena e por frondoso arvoredo que envolvia a fábrica, procurando não haver contactos para evitar as explosões.
  Também o carvão, outro dos ingrediente que compunham o fabrico da pólvora negra, a lenha que vinha da região de Almeirim, era carbonizada em Barcarena, numa secção distanciada das oficinas de transformação do explosivo, igualmente protegida para evitar explosões, o que francamente e também por haver nisso algum cuidado, nunca acontecera, embora se tivessem registado diversas ao longo do século XX, mesmo já com outros cuidados no fabrico da pólvora.
     A partir da entrada do técnico suíço, esses trágicos acidentes reduziram bastante, no entanto duas explosões quase seguidas, 17 de Agosto e 26 de Outubro do ano de 1805, causaram um certo receio no respeitante à segurança que era apontada, mas na verdade, tanto aquelas, como todas as outras que se seguiram até ao encerramento da fábrica em 1988, foram motivadas por pura negligência dos seus operários.
  Depois da fábrica ser vendida a um grupo empresarial belga em 1951, que denominou a Fábrica de “Companhia de Pólvoras e Munições de Barcarena”, o fabrico de pólvora tinha tendências a terminar para ser trocada por uma unidade de fabrico de pólvora branca, no entanto muitas dificuldades se cruzaram na empresa e também alguma negligência administrativa e empresarial fizeram com que isso nunca se verificasse.
     Nesse tempo o salitre vinha de fábricas existentes em Santa Iria de Azóia, onde preparavam grande parte do que se consumia em Barcarena, pese embora a secção criada nesta unidade fabril vinda dos tempos de António Cremer, embora com significativas modificações, continuasse a fazer o seu trabalho, só que a produção conseguida era insuficiente para o consumo.
  Era chefe desta secção o operário António Nogueira, mais conhecido pelo “António Louro” e nela trabalhava ainda um outro operário vulgarmente tratado por “Saricoté” que vivia na Venda Seca.
    Nesse tempo, anos cinquenta, os mestres gerais foram, João Gonçalves, conhecido pelo “Piriquito” e por este se ter reformado foi trocado pelo José Valente, que eram comandados pelo director do fabrico de pólvoras, o engenheiro Boyen, também de nacionalidade belga, aposta do director Armand Simon Jonet.
   Os mestres interferiam na laboração do pessoal e no recrutamento dos mesmos para as respectiva oficinas de serviço, mas no fabrico, apesar do engenheiro ditar as directrizes de fabricação, obrigava-se a respeitar solenemente, desde o princípio do século passado, até quase falecer, as regras técnicas de fabrico ditadas pelo Mestre Instrutor, Francisco Assis Mafra, um portento no fabrico daquele explosivo, que acabaria por falecer uma semana depois de ter largado o trabalho após quase sessenta anos de ininterrupta laboração ao serviço do fabrico de pólvora negra, por imposição da administração.
  Era um homem bastante sabedor do fabrico de pólvoras e não se acredite que este explosivo para armas de caça, minas e pedreiras, aparecia só por incluir os três ingredientes, carvão, enxofre e salitre, havia lago mais que teimosamente ficou sempre dentro do cérebro daquele homem, que nunca foi desvendado, razão pela qual se obrigou a trabalhar quase sessenta anos, numa tentativa desesperada de um dia poder desvendar e transmitir a outros os tais segredos que ele tanto anunciava existirem, mas nunca terem sido divulgados, pois dizia sempre aos mais renitente, “meus amigos, o segredo é a alma do negócio” e assim, aquilo que de facto existia de secreto e que transformava o produto e o dotava de grande qualidade, residirá nas entranhas da terra, do cemitério de Barcarena onde um dia fora sepultado.
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