terça-feira, 29 de maio de 2012

Porto Salvo foi sempre a terra do Cavalo

  “A FESTA DO CAVALO EM PORTO SALVO
 DE ANO PARA ANO VAI AUMENTANDO A SUA IMPORTÂNCIA SOCIAL E CULTURAL”
    A Festa do Cavalo em Porto Salvo que já vai na XIII Edição, terminou da melhor forma, após três dias de actividades, ligadas à arte de cavalgar, evento que de ano para ano se tem notabilizado e referenciado o concelho de Oeiras a nível nacional, graças ao emprenho da Associação Equestre de Porto Salvo que muito tem labutado para que a mesma seja um dos melhores acontecimentos, não só da terra, como do concelho onde se insere.
     Este ano a festa encontrou uma vez mais bastante êxito, pois o programa é sempre aliciante, acorrendo ao local gente de todo o país, atraída pelas competições, pelos cavaleiros e afinal pela grande “aficion” pelos cavalos e  a “arte de cavalgara toda a cela”.
  Arte que já vem desde o rei D. Duarte, o “Eloquente” que escreveu o seu livro com o nome
 Livro da Ensinança de Bem Cavalgar a Toda a Selaque acabaria por não terminar devido a sua morte inesperada e daí em diante os cavalos passaram a ser vistos de forma diferente e não só, considerado na época um elemento fundamental das pelejas aguerridas, mas hoje, um dos mais importantes amigos do homem.
  A Festa do Cavalo em Porto Salvo, passou também a ter um melhor e mais amplo reconhecimento e apetência, devido ás homenagens que todos os anos ali se fazem a figuras notáveis da arte de bem montar e trajar e este ano mais uma vez a organização não faltou a esse importante e profícuo pormenor, ao homenagear o cavaleiro João Cardiga, que para além de completar 20 anos ao serviço dos cavalos na sua Academia Equestre em Leceia e pelo facto de ser filho da terra, foi reconhecido pelo seu empenho na acção social de apoio aos mais diminuídos e pelo profícuo trabalho que tem desenvolvido na formação de jovens para a arte de montar.
  A par deste acontecimento, que foi testemunhado por um dos mais consagrados homens da arte de cavalgar a toda a cela, o Dr. João Gorjão Clara que se dignou comparecer e que não só partilhou desta homenagem prestada ao cavaleiro da terra, como também examinou todos os candidatos ao cavaleiro e amazona mais bem trajados que ali se dignaram comparecer, sua grande especialidade.
  Mais de uma vintena de cavaleiros compareceram a concurso e foram atentamente vistos por aquela sumidade que ao cabo, exerceu uma acção altamente pedagógica explicando como se deveria trajar a rigor, obrigando a que os cavaleiros aprendessem os conselhos dados por aquele digníssimo conhecedor que assim determinou serem premiados, os seguintes concorrentes:
    Muitos amantes desta arte já ali foram referenciados e este ano, mais uma vez o júri indicou nas amazonas, Patrícia Silva, nos jovens até dezasseis anos, João Feitor e nos cavaleiros Carlos João a quem foram entregues lindíssimos troféus.
    O Arquitecto Magalhães da Silva, pessoa considerada nestas actividades, também pormenorizou as regras de bem vestir e montar e por estas razões a festa este ano teve esta importante mais valia que muito agradou à organização, entre muitos, os incansáveis Carlos Cardoso e Ricardo Baptista que sentiram uma grande alegria e felicidade por verem tanta gente nesta edição da Festa do Cavalo.
  A homenagem, a João Cardiga revestiu-se de uma grande emoção na medida em que o cavaleiro compareceu rodeado dos seus alunos, mais de três dezenas, trajados a rigor e o espectáculo ficou valorizado e por tal foi muito aplaudido pelas centenas de pessoas que rodeavam o picadeiro.
  Da Junta de Freguesia esteve nesta edição, o Dr. Alexis Gonçalves, mas Salvador Martins, o presidente da autarquia, compareceu mais tarde e ainda pode dirigir algumas palavras ao público, encerrando praticamente este evento.
 Agradecendo à Associação Equestre de Porto Salvo o seu trabalho que de ano para ano tem vindo a subir, com programas que agradam na generalidade, pois são sempre programadas actividades para o público em geral e não só espectáculos ligados ao cavalo, o autarca deixou ainda uma importante mensagem devido ao facto do país se encontrar de momento em franca fraqueza económica, pois garantiu ser necessário da parte de todos “amor, amizade e solidariedade para se poder vencer a crise, pois todos terão de dar um pouco do que têm na medida do possível, para se poder sair dela.”
  A Festa do Cavalo foi portanto uma vez mais um grande êxito tendo encerrado com folclore, abrilhantado por dois credenciados grupos da freguesia, “Flores da Beira” e “Lavadeiras”, e a finalizar, uma animada garraiada onde intervieram algumas Tunas que ali compareceram, conjuntamente com o muito público que se dignou assistir a participar.
  A Festa do Cavalo já é referenciada nos mais diversos certames ligados a este animal e daí que, seja mais um motivo de orgulho para este concelho, que assim vê o seu nome espalhado por todo o país, quando antigamente se falava de cavalos e manifestações a este animal, só aparecia o nome da Golegã, mas agora foi acrescentado mais esta localidade, Porto Salvo do concelho de Oeiras.
     Reconhecemos que esta feliz decisão apareceu tardiamente, pois esta ideia de se criar a Festa do Cavalo, não é de agora, pois já em tempos remotos, as gentes da localidade tinham uma grande paixão por este animal, pois as cavalhadas eram sempre um grande atractivo das festas anuais da localidade.
      Por ser atractivo e chamarem sempre muito público, acabaram até por se generalizar por toda a região, mas na verdade foi de Porto Salvo que saiu sempre a ideia e um grande número de montadas, onde a família dos “Baptistas” tinha sempre uma palavra a dizer entre muitos outros amantes, pois faziam espectáculo onde apareciam, recolhendo sempre os melhores prémios, brindando também por se apresentarem rigorosamente trajados o que impressionava o público das terras onde apareciam.
     A par disto, o concelho de Oeiras vem de há muito a sustentar esta “aficcion”, pois lembramos as duas escolas de equitação existentes em Leião e Leceia, e não podemos esquecer neste particular, o velho Ricardo Mourão e seus filhos que mantiveram a sua escola de equitação em Tercena na Quinta do Alemão, agora desactivada, devido aquele local ter sido alvo de uma importante urbanização e não se ter encontrado local para a mesma ser implantada.
 Mas uma coisa é certa e reconhecida por toda a gente antiga do concelho, Porto Salvo foi sempre uma terra ligada ao cavalo e por isso esta Festa na localidade, não só lhe assenta bem, como acaba por ser uma grande homenagem a todos esses grandes cavaleiros já desaparecidos que insistiram nesta nobre e bonita arte na sua terra, e é também por esta razão que a grande festa apareceu e pelo que temos vindo a assistir, de ano para ano, vai melhorando e criando um espaço nobre e de respeito no contexto nacional.
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