OS USOS E COSTUMES ANCESTRAIS TERÃO DE VOLTAR
Cada vez e mais do que nunca, os portugueses terão de pensar seriamente nas suas velhas tradições, assim como nos seus ancestrais usos e costumes.
O actual governo tem estado a deixar o país sem conserto, exigindo do povo aquilo que ele não pode dar, contudo o civismo e o bom sentido patriótico obriga-o a aceitar todas estas imposições substanciadas em cortes nos ordenados, nas pensões de reforma, impostos mais elevados, despedimentos em massa e uma série de encargos e restrições que têm deixado o povo desorganizado.
Sucedem-se manifestações, críticas duras nos média, opinião adversa até por parte de elementos do partido que está no governo, por pessoas credenciadas e bem conhecidas do grande público mas nada faz demover os senhores que nos governam.
As tradições terão forçosamente que surgir e aqueles que a elas não estavam habituados, ou nem sequer as conheciam, terão de aprender com os mais velhos e sobretudo com aqueles que nunca as abandonaram porque esses velhos hábitos e métodos são mais que necessários nos dias de hoje.
Estamos a ver como estrangeiros, nomeadamente alemães e holandeses, procuram o nosso país e estabelecem-se nos nossos terrenos no Alentejo e Algarve para iniciarem uma vida onde possam ser dependentes da terra e do que ela produz, porque já constataram que suas vidas se encontram cada vez mais difíceis de suportar e eles e suas famílias, forçosamente, terão de sobreviver.
Reconheça-se que se trata de gente onde nas suas terras nada de anormal se passa, como supomos se encontrar a Alemanha e a Holanda, onde a Troika ainda não entrou, mas esta gente antecipa-se porque bem sabe que se um dia a Comunidade Europeia se obrigar a “fechar as portas”, será a primeira a sofrer no duro e mais que ninguém, devido às imposições de sua líder Angel Merkel, que para manter aquela instituição tem sub-carregado os seus cofres, assim como dos bancos que a apoiam.
Exemplos vindos dessa gente que agora habita o nosso país, trabalhos agrícolas que os portugueses abandonaram por luxúria, por pedantismo e por erradamente pensarem que a vida sempre lhes iria correr da melhor forma.
Os lavradores alentejanos abandonaram as suas terras por estarem velhos, mas entretanto seus filhos jamais quiseram seguir a vida de seus pais e como tal formaram-se como engenheiros, doutores, arquitectos e sei lá mais o quê, instalando-se na capital com vida confortável e abandonando as suas terras de origem e hoje, estão a ver que naturalmente erraram, porque os pais faleceram, outros estão demasiado velhos, os dinheiros estão a esgotarem-se, o trabalho nas suas áreas está a escassear por falta de clientes, e depois as propriedades herdadas não são vendidas por não haver poder de compra e as terras, essas, encontram-se a monte cheias de mato e vazias de gado, que eram, em outros tempos, o grande sustentáculo de suas vidas, como das suas comunidades e até do próprio país.
Hoje tudo vem de fora, até os mais singelos produtos são “made in Spain” e outros países e nós damo-nos ao luxo de adquirir um cartão de plástico para adquirir tudo e mais alguma coisa, necessário ou dispensável, pedir ao banco um crédito e agora, com tanto despedimento e cortes nos ordenados, não há dinheiro para fazer as respectivas liquidações deixando toda a gente sem condições de sobrevivência e as instituições à beira da falência.
Esta é a grande realidade, porque não se pensou seriamente na vida. Porque não se salvaguardou o dia de amanhã. Porque quisemos imitar os povos abastados e super modernizados como são os nórdicos e americanos, e largamos o singelo, para entrarmos no modernismo, ao ponto de hoje até serem raras as famílias que tomam o seu pequeno almoço em casa, pois tudo recorre aos cafés e bares de suas redondezas.
Esqueceram-se das hortas que seus avós faziam nos quintais e logradouros de suas casas, actividades que hoje são raras devido à demografia das localidades e aproveitamento de terreno, que eram metade do sustento da família.
Puseram de parte a criação de porcos, galinhas, patos, coelhos que eram alimentados com as sobras e restos da casa.
Abandonaram a videira e as árvores de fruta do pequeno quintal onde quase tudo havia e agora, obviamente, nada sabem fazer, nem sequer há espaços para cultivar porque foram preenchidos com betão e hoje até nem para se descansar em dias de estio quase não se encontra um cantinho tranquilo, pois tudo está preenchido com habitação hipotecada, tipo jaula, onde se acomodam numerosas famílias.
Todas estas opções, vícios, ou modernismos, destruíram os nossos costumes e as nossas tão ricas e profícuas tradições e hoje, possivelmente, com o duro estado de vida a que os portugueses se obrigam e se antevê pela frente, terão de fazer o mesmo que os antepassados fizeram, depois de terem ficado sem as suas casas e seus haveres após o grande e devastador terramoto de 1755.
Tiveram de estender a mão à caridade, pedindo “pão por Deus” aos que na época melhor vida possuíam porque nem esse tão singelo alimento, qualquer dia vão ter para se alimentarem e poderem adiar, embora por pouco tempo, a partida para o outro mundo, tal não está a pôr-se a vida neste belo e velho país plantado à beira mar.
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