terça-feira, 29 de outubro de 2013

Esta Recolha indica-nos que são oriundas dos Açores

“’AS DANÇAS ETNOGRÁFICAS’ QUE SE REALIZAVAM EM TERCENA,PROVAVELMENTE SÃO ORIUNDAS DOS AÇORES
   Foi daqui que provavelmente saíram as “danças etnográficas” que se representavam na Área Metropolitana de Lisboa desde o princípio do século passado a meados dos anos cinquenta do século passado
     Aprovada pela Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, na Horta, em 5 de Setembro de 2013 foi decidido propor ao Governo Regional dos Açores, depois de ter ouvido entidades representativas da cultura terceirense, que diligencie a classificação das tradicionais Danças e Bailinhos de Carnaval da Ilha Terceira como Património Cultural Imaterial de Portugal, o que consideramos uma grande justiça pelo valor, não só patrimonial, como também por uma tradição que se não for devidamente apoiada poderá perder-se em curto  espaço de tempo.
   Diz a determinação assinada pela  Presidente da Assembleia Legislativa, Ana Luísa Luís o seguinte despacho:
    Assim,  a Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, nos termos regimentais aplicáveis e ao abrigo do n.º 3 do artigo 44.º do Estatuto Político-Administrativo da Região Autónoma dos Açores, resolve recomendar ao Governo Regional que:
  “As tradicionais Danças e Bailinhos de Carnaval da ilha Terceira destacam-se pela sua longevidade, pela sua originalidade e pela sua representatividade.
 Remontam ao tempo dos povoadores e reflectem influência dos autos vicentinos do século XVI.
Constituem uma das formas mais peculiares de festejar o Carnaval em Portugal e não encontram paralelo no
nosso país.
   Representam a maior manifestação de teatro popular de língua portuguesa realizada em todo o mundo e mobilizam toda uma ilha.
Todos os anos, nos quatro dias de Entrudo, mais de meia centena de danças e bailinhos, com quase dois mil músicos e actores amadores, percorrem os salões das freguesias terceirenses, atraindo uma assistência global de dezenas de milhares de pessoas.
A sua concepção característica reparte-se por duas grandes modalidades específicas, em ambos os casos puxadas pelo apito de um mestre:
As “Danças de Espada” são geralmente dedicadas a assuntos mais dramáticos, porventura de carácter histórico;
“Os Bailinhos” envolvem uma vertente mais cómica, com crítica social a problemas actuais.
A sua estrutura tradicional subdivide-se em três componentes distintas, sob a orientação do mestre da dança:
A “saudação” cumprimenta o povo que os aguarda no local de passagem;
O “assunto” apresenta o argumento desenvolvido pelo enredo;
A “despedida” agradece o acolhimento do recinto e a
atenção da assistência.
As suas dimensões histórica, cultural, social e turística justificam o seu reconhecimento oficial como Património Cultural Imaterial de Portugal, sublinhando assim a sua importância actual e salvaguardando também o seu desenvolvimento
Futuro”
     Lembramos que foi talvez  baseado nestas tradições  muito remotas que a região saloia terá copiado da sua congénere açoriana, esta tradição, onde algumas das suas danças de Carnaval, chegassem até aos continentais, uma vez que  pelo menos as “Danças de Espada” têm muito em comum com o que se realizava especialmente a região saloia denominado “Danças etnográficas” que saiam para a rua pela Páscoa e Pascoela e que perduraram até meados dos anos cinquenta no continente mais propriamente  na região concelhia de  Oeiras., Sintra e Cascais.
     Os “bailinhos”,  mais semelhantes às velhas cegadas, tinham lugar único e simplesmente nos quatro dias de Carnaval.
   Já nos tínhamos  referido a este tema na devida altura e agora com este parecer aprovada pela Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, na Horta, leva-nos a apoiar e a felicitar a ilha Terceira pela insistência na realização destes típicos e tão tradicionais espectáculos pela sua grande força de vontade do seu povo, mantendo-os até aos dias de hoje, depois de sermos assediados com tudo e mais alguma coisa que nos colocam diariamente em casa através das televisões.
     A região saloia  acabou por ser vencida aquando  foi instalada em  Portugal no dia 7 de Março de 1957, a televisão portuguesa que,  obrigou o povo a   afirmar que as danças etnográficas, que tão bem apresentavam os jovens de Tercena, Leceia,  Linda a  Pastora, Barcarena, Manique, Tires e todas as outras localidades  limítrofes, estavam fora de moda apresentando espectáculos obsoletos, mas a grande verdade é que esse indigna classificação transportou até aos nossos dias músicas e cantares que ainda hoje são devidamente respeitados pelos grupos folclóricos e Tercena orgulha-se de apresentar através do seu agrupamento três dessas relíquias, que dão pelo nome de, “”O Zé das Castanhas”, “Milho Rei” e “Aleluia”.
     Parabéns Açores por nos ter finalmente  facultado uma cópia  dessas tão queridas tradições que dão hoje fama ao Rancho Folclórico  “As Macanitas” de Tercena; que por coincidência ou coisas do destino, já fez mais de trinta representações na Região  Autónoma dos  Açores  em sete das  suas nove ilhas.

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