domingo, 22 de maio de 2011

Lembrando Velhos Tempos

PARTE DO ESPÓLIO DA ENFERMARIA DA FÁBRICA DA PÓLVORA FOI PARA O MUSEU DE TERCENA
      
    É difícil explicar as razões porque ficou para o Museu Etnográfico de Tercena, todo o espólio existente na velha enfermaria da Fábrica da Pólvora, contudo uma vez que ela terminara as suas funções, sendo inclusivamente o edifício demolido, tudo quanto restava, passou para o Posto de Enfermagem da Junta de Freguesia de Barcarena que concebera numa sala no Grupo Recreativo de Tercena.
   Era uma velha aspiração do executivo barcarenense e a oportunidade surgiu precisamente quando a fábrica deixou de funcionar e então, desde os móveis aos utensílios médicos, tudo fora doado à Junta e colocado em Tercena, que, na altura dera um grande jeito, para de imediato se recomeçar com aquele serviço, reconheça-se, bastante desejado pela população tercenense.
    Passados uns anos, a sede do Grupo Recreativo de Tercena, foi alvo de obras de remodelação, pois a direcção que lá se encontrava nesse ano, interessou-se por tal e solicitou à Câmara Municipal para que remodelasse todo o seu interior, já que, exteriormente nada se podia fazer por o Plano Director Municipal não o permitir.
   A direcção que se encontrava, desejava fomentar o ténis de mesa, pois havia interesses particulares nisso, já que o jovem João Monteiro, que acabaria por se tornar um grande campeão internacional na modalidade, filho de um dos directores, estava em grandes progressos na modalidade e assim, com o salão apropriado para se colocarem mais mesas de ping-pong a modalidade poderia desenvolver-se muito mais, o que acabaria por acontecer.
   As obras foram feiras, inauguradas, mas sempre com a oposição àquela direcção a ser bem forte por parte de um grupo de sócios, contudo, descuraram o projecto e a verdade é que a nova sede nem sequer condições possuía para se efectuar teatro, actividade que já se desenvolvia na colectividade desde a sua fundação.
  Esse facto fora muito contestado, e só mais tarde se criou um espaço para as actividades teatrais, no seu anterior, adaptado à nova sala, que se apresentava ampla precisamente como a direcção pretendia para ali colocar várias mesas de ping-pong, mas o teatro ficou seriamente prejudicado, porque o novo espaço era pequeno e sem condições, mas teve de remediar, porque de outra forma não podia ser, depois das obras executadas.
  Na nova sede, previa-se que o velho posto de enfermagem não iria ser construído e antes de se iniciarem as obras a Junta de Freguesia de Barcarena pressionada pela população de Tercena, que estava a ver que iria ficar sem aquele serviço enquanto as obras durassem, solicitou a Fernando Silva que emprestasse uma das suas salas na Quinta do Filinto, para ali instalar provisoriamente o posto de enfermagem, pois adivinhava-se que o tempo considerado suficiente para as obras fosse muito para além do previsto e na realidade assim aconteceu, pois o espaço na Quinta do Filinto fora pedido por três a quatro meses e na realidade tardou três anos.
    Durante todo esse tempo todo, o posto de enfermagem funcionou provisoriamente na Quinta, assim como até, os treinos e jogos das equipas de ténis de mesa do GRT, passaram a realizar-se também ali a empréstimo de Fernando Silva que, na qualidade de amigo da colectividade nada exigiu para que tudo aquilo ali funcionasse.
    O Posto trabalhou normal e diariamente e quando as obras acabaram por ser inauguradas, sem grandes espantos toda a gente constatou que o Posto de Enfermagem da autarquia não tinha lugar na nova e remodelada sede do Grupo Recreativo de Tercena.
   Como entretanto tinha sido inaugurado o mercado Municipal de Tercena, logo se pensou instalar ali o Posto de Enfermagem, aliviando assim Fernando Silva.
  O posto foi mudado, contudo o seu recheio, na maioria foi rejeitado, pois não fazia sentido uma casa, praticamente nova, receber material antigo, obsoleto e praticamente já sem qualquer utilidade, pois as novas tecnologias impuseram-se e como tal, a Junta de Freguesia, propôs a Fernando Silva, a oferta de todo aquele velho espólio, par ao museu que entretanto se tinha criado na Quinta do Filinto.
  Fernando Silva aceitou e foi então que criou um recanto onde colocou não só a secretária, a velha cadeira giratória e todos os utensílios que tinham sido rejeitados na nova instalação e que, no Museu têm sido apreciados, não só por ter pertencido à famosa Fábrica da Pólvora, como por se tratar de peças muito antigas, praticamente sem uso nos tempos actuais e que na realidade só dentro de um museu teriam cabimento.
   Seringas, aparelhos de medir a tensão, ventosas, agulhas, caixas de esterilização e tantas outras coisas encontram-se assim, hoje em exposição mo Museu o que se considera uma mais valia para aquele espaço museológico de Tercena.
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